quarta-feira, 4 de março de 2009

Turbulência econômica mundial não poupa as marcas de luxo

A Semana da Moda de Milão, que termina nesta quarta-feira, reduziu o número de desfiles e simplificou as coleções de outono-inverno de 80 grifes.


Ilze Scamparini – Milão, Itália


Menos luxo e mais criatividade. A semana da moda de Milão começou sob intensa pressão com a crise econômica mundial e mesmo os estilistas italianos mais consagrados sabem que é hora de baixar os custos.

As marcas mais caras não têm sido poupadas pelo terremoto global, porque são consumidas por uma elite que pensa que é preciso cortar o consumo e o excesso.

A indústria da moda na Itália espera ter uma queda de 5% nas suas vendas, este ano. Até o número dos desfiles diminuiu.

Um representante de uma das lojas de departamento mais caras da Europa percebeu que os sapatos estão menos enfeitados e menos caros para enfrentar o mercado internacional.

A passarela ficou mais simples, embora uma editora de moda britânica afirme que em tempos escuros o que mais se vê é luz, glamour e opulência. “Na teoria econômica você imagina que o momento é de cautela. Mas se você olha a passarela, percebe que há uma contradição", diz.

Há contradições também no estilo. Uma mulher feminina, refinada e clássica... Que pede que as calças compridas sejam esquecidas. Na boca, vermelho, claro.

Também a imagem andrógina reaparece nas passarelas. Ambiguidade é a palavra de um costureiro, que usa a música dos anos 1980 para relançar com força, as ombreiras 20 anos depois.

As botas ficam muito longas, os cintos largos deixam a cintura bem marcada. E para combater a crise casacos em PVC.

A cor cinza anuncia a estação mais fria do ano. O brilho volta em acessórios: echarpes, luvas.

O ouro na moda sempre foi um grande aliado. Alguns tentam ser otimistas.

"Nós temíamos que o impacto da crise na moda impediria os americanos de vir à Itália fazer compras, mas eles estão todos aqui, os jornalistas e os representantes das lojas americanas mais importantes", diz Anna Molinari, estilista.

Mas os clientes se afastaram das lojas. Nas ruas mais elegantes de Roma, onde estão as roupas dos grandes estilistas e os ateliês de alta costura, as vendas este ano caíram 30%.

FONTE: JORNAL HOJE

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