segunda-feira, 26 de abril de 2010

Entrevista com Dunga

Magali Oliveira, Dunga e Emanoel Glicério


Confira a entrevista com Dunga gentilmente cedida por Emanoel Glicério do blog Diário da Sulanca ao nosso blog.

Dunga nasceu Francisco José dos Santos e se tornou um dos maiores nomes da ala carismática da Igreja Católica do Brasil.
Nesta entrevista Dunga fala sobre seu encontro com Deus, música, PHN e sobre drogas e prostituição.
Confira:

O senhor nasceu em um local chamado “Cemitério dos Índios”, como foi sua infância e como despertou esse seu lado religioso?
O nome da fazenda onde nasci é Coruputuba, que significa Cemitério dos Índios, e lá moravam umas 400 famílias, e tinha igreja, cinema, escola, clube náutico, era uma fazenda-modelo. E ali era um ambiente propicio a boa educação de qualquer adolescente, jovem, e a formação de muitas famílias. Então eu tive a graça de realmente ter nascido nesse lugar e pela historia desse lugar, da minha família eu já pude trabalhar muito o meu caráter. Já a minha conversão com Deus, a minha entrada na igreja aconteceu quando eu tinha 18 anos. Entre a minha infância na fazenda e a minha juventude na cidade, muitas coisas aconteceram, me envolvi com drogas e com a prostituição. Usei maconha, cocaína, me prostitui, e Deus me tirou de tudo isso em uma noite de terça-feira de 1983. Eu entrei em uma igreja, drogado, e sai dela batizado no Espírito Santo. E pra mim é uma alegria muito grande poder contar que fui resgatado pela misericórdia e pelo amor de Deus através da Renovação Carismática Católica.

Aos seis anos o senhor recebeu um LP dos Beatles de presente, e começou a despertar a música na sua vida. Quais suas influências?
Eu tive a graça de ter uma irmã que cuidou muito de mim, já que eu sou o caçula. E em 1970 eu com seis anos ganhei da minha irmã esse disco dos Beatles e que me fez gostar de música e passei a cantar muito dentro da minha casa. E ai meu pai teve a idéia de transformar um galinheiro nos fundos da nossa casa em um clube para que pudéssemos cantar. Meu pai fez uma bateria de latas, guitarras de madeiras, microfones de cabo de vassoura, do puleiro ele fez uma arquibancada e todos os dias após as aulas nós cantávamos naquele galinheiro e lotava de amigos, era uma festa, uma maravilha. E eu tenho a graça de ter a minha história musical sendo fecundada já nesse momento. A partir dali virei um admirador da boa música e quando entrei na Renovação Carismática esse dom foi despertado e passei a servir a Deus e ao Próximo através da música. E foi ai que Deus me deu um toque e falou ‘É por aqui que eu quero que você vá’.

O senhor se envolveu com drogas, prostituição, que são temas preocupantes. Como conscientizar os jovens sobre o perigo dessa combinação?
Eu acho que o governo faz a parte dele, muito mal feita em minha opinião, porque é mais um incentivo a prostituição do que um cuidado com ela. O fato de distribuir camisinhas não quer dizer que você está prevenindo a AIDS, na verdade você está influenciando negativamente, fazendo com que o jovem se sinta protegido e a vontade para se prostituir pelo simples fato de está usando a camisinha. Essa é uma maneira de educar muito errada, não tem nada haver, e com relação às drogas, a maior delas é o álcool. O álcool é vendido abertamente e através dele as pessoas chegam às outras drogas. Existe até alguns deputados e personalidades que querem legalizar a maconha, isso seria o absurdo dos absurdos.
Eu acho que nós, enquanto igreja, temos um papel muito importante, primeiro de evangelizar, de levar a palavra de Jesus, porque quem tem uma experiência com Jesus não usa drogas. E fazer um trabalho com as famílias, orientando pais a falarem com seus filhos. Esse é o nosso trabalho, seja na missa, em um show ou em encontros com jovens. Mas tudo passa pela família, se tiver uma família estruturada tudo é mais fácil, agora sem família não temos mais esperanças.

O senhor é um dos precursores do PHN (Por Hoje Não vou mais pecar), como funciona esse projeto que é quase uma ideologia de vida?
Olha, o PHN é uma espiritualidade, uma inspiração muito simples, muito concreta. O dia de ontem não existe mais, o dia de amanhã não está pronto ainda e eu só tenho um dia e ele se chama hoje. E o que eu vou fazer com esse meu hoje? Então o PHN nasceu grande, ele é hoje o maior movimento para jovens do Brasil, nós chegamos a reunir lá na Canção Nova cerca de 170 mil jovens em um encontro. E hoje somos uma realidade e o jovem gosta quando ele recebe uma proposta coerente e como ele se identifica com música, alegria, nos procuramos levar essa proposta a eles. Nós temos programas de radio, TV, webtv, encontros PHN, e tudo isso é para fazer com que o jovem se sinta mais identificado e possa dar seu testemunho à igreja. Eu mesmo já preguei o PHN em mais de 20 países e isso mostra que estamos consolidados e a cada vez mais levando essa inspiração ao mundo inteiro.

Como é que está sendo a experiência de trazer seu trabalho para o pólo de confecções do agreste pernambucano?
O Brasil é muito grande, um país continente, e justamente por isso que ele é tão belo. E eu saí lá do sudeste, que é uma região muito bonita, mas quando a gente vem para o nordeste nos encontramos realidades totalmente diferentes, não apenas topográficas, ecológicas, mas também de dificuldades com o povo. O povo é maravilhoso, fantástico, mas pelas distancias percebemos um grau a mais de dificuldades. Mas eu vejo que hoje pela comunicação, pela internet essa distancia tem diminuído muito. Eu acho lindo quando chego aqui nesta cidade e vejo que vocês são um pólo têxtil maravilhoso, é a Capital do Jeans. O jeans que eu uso lá no sudeste é fabricado aqui e isso é maravilhoso, ver jovens se profissionalizando, este clube lotado. Entoa a gente percebe que o povo de Deus, independente de onde vivem, de onde mora, ele pode fazer a diferença.

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